A Essência do conhecimento Científico nos livros didáticos de Biologia da Educação Básica
A MENTE DE UM CIENTISTA E A ARROGÂNCIA DO HOMEM COMUM
Entenda
por "homem comum" qulaquer pessoa que é leiga no assunto
Ciências da Natureza. Além disso, muitas das vezes a pessoa até é diplomada na
área, mas, indubitavelmente NÃO PASOU PELO CRIVO DAS CIÊNCIAS DA NATUREZA, NÃO
FOI CONSISTENTEMENTE TESTADA POR OUTROS(AS) CIENTISTAS DE CONDUTA ILIBADA EM
TRABALHOS COM DESTAQUES NO BRASIL.
Mas
afinal, o que é vocacionado? Para mim, o vocacionado em ciência busca descobrir e não
saber. Sabe-se por consequência, mas é a próxima dúvida que nos empurra para
frente. A incerteza e o duvidar. Portanto, a falta de certezas, óbvio, é nosso
lugar de conforto! Se não fosse assim, como poderia um sujeito aguentar seis
horas e meia de críticas e desconstruções sobre seu trabalho de quatro anos, e
sair profunda e sinceramente agradecido pelas contribuições que a banca deu ao
seu futuro? Como agradecer descobrir o grande furo de seu trabalho, se a
sinceridade da busca não for maior que autopromoção?
Mas
a busca leva à descoberta, que leva o cientista à notoriedade. A notoriedade,
por sua vez, trás injustamente a imagem do arrogante, sem que ninguém se ocupe
do sentido da palavra no vocabulário. Assim, um sujeito que tem a certeza da
sua ignorância, do alcance limitado de seu conhecimento e do conhecimento de
todos, pode soar dono da verdade, mas no fundo só tem a certeza do quanto não o
é! No geral, não se interessa pelo o que “seria”, mas pela sua busca. E
enfrentará para todos os dias da sua vida a crítica e a revisão de seus pares.
Enquanto for cientista, aquele ritual duro da banca lhe acompanhará!
Duro?
Duro para os não cientistas, e muitas vezes, os verdadeiros arrogantes. Em
especial na própria academia, o sujeito que desiste da vida científica, que não
suporta este constante “referee” e questionar, seguido de rejeição e fracassos
necessários para o devido progresso, costuma se aliviar acusando os colegas bem
sucedidos de arrogância.
Mas
me lembrei de um bom amigo, comigo no Mercado Central alguns anos atrás, me
vendo comprando uma tábua de madeira para cortar carne. Quando ele me cita os
riscos de contaminação que a madeira na cozinha tem, e avisa que não usa nem
colher de pau nem tábua de pau mais. Eu sugiro que nós tenhamos evoluído para
resolver a maioria destas bactérias, e desde que eu não deixe carne apodrecendo
na tábua, tinha certeza que ela seria suficientemente higiênica. Ele me avisa
que discorda, bem como o ministério da Saúde. Eu sem contestar, compro a tábua
na sua frente, no ato de pura arrogância diante da certeza dele e do
Ministério! Foi?
Seria,
se eu contestasse publicamente o Ministério, e não levasse em conta que um
parecer técnico deste tipo serve para orientar estabelecimentos públicos que
podem não cuidar com o devido zelo de seus utensílios de madeira, levando a
formação de colônias de fungos ou bactérias. Mas isto não se aplicaria
necessariamente a minha cozinha, onde também paira a dúvida sobre o efeito do
calor na estabilidade de moléculas sintéticas do plástico, por sinal,
carcinogênicas. Assim, minha escolha cotidiana foi feita sobre uma escolha
entre riscos, e nenhuma certeza.
Alguns
homens comuns precisam da certeza gerada pelo conhecimento, mesmo que um
entendimento mais profundo da forma como este conhecimento é gerado (coisa que
grande parte deles tem, mas não usam desde que saíram da universidade) o fariam
ver que em grande escala tal certeza não existe.
Talvez
por isto, precisemos da arte e da beleza para ponderar nossa busca pelo
segurança! O achar, o gostar, o preferir são formas livres de manifestar o seu
ser, que não precisa de aprovação para existir (por mais que também busquemos
esta aprovação). O bastar nos seus gostos, e mudá-los à gosto, dá sabor a vida
e diminui a importância das certezas, ou das dúvidas.
(Texto adaptado para este Blog, com uma contribuição do Blog da UFOP).
__________________________________________________ XXX _________________________________________________Biólogos querem reforçar ensino da evolução
Veja a notícia completa em: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,biologos-querem-reforcar-ensino-da-evolucao,866626,0.htm
“O design inteligente não é uma teoria nem uma hipótese, é no máximo
uma conjectura, que já foi considerada, avaliada e refutada séculos
atrás”, diz o biólogo Mario de Pinna, do Museu de Zoologia da USP. “É,
basicamente, um dogma religioso que vê a teoria evolutiva como uma
ameaça e que procura se manter vivo a qualquer custo.”
A criação do Núcleo de Apoio à Pesquisa na USP, segundo seus
proponentes, seria uma maneira de responder a esse tipo de
questionamento com projetos adequados de pesquisa, educação e
comunicação sobre a base científica da evolução biológica.
Segundo de Pinna, é preciso melhorar muito ainda o ensino da teoria
evolutiva no Brasil. “A quantidade de gente que dá aula de Biologia e
não entende evolução é infelizmente muito grande”, diz. “Precisamos de
um esforço amplo de educação e divulgação para suprir essa deficiência.”
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